15/11/2011



Gentileza teria fundamentos genéticos, sugere estudo

Ocitocina, hormônio que se manifesta nas relações sexuais, 
incitaria união e empatia

Pessoas dotadas de um certo traço genético são mais gentis e carinhosas do que as demais e esta característica pode ser rapidamente identificada por estranhos, revelou um estudo publicado na segunda-feira nos Estados Unidos. Esta variação é relacionada com a ocitocina, gene receptor também conhecido como "hormônio do amor" porque costuma se manifestar nas relações sexuais e incita comportamentos sociais como união e empatia
Cientistas da Universidade do estado do Oregon desenvolveram um experimento no qual 23 casais, cujos traços genéticos eram conhecidos dos pesquisadores mas não dos observadores, foram filmados. Pediu-se a um dos membros do casal que contasse ao outro sobre um período de sofrimento de sua vida. Os observadores deviam abservar o ouvinte por 20 segundos, com o som desligado.


Na maior parte dos casos, os observadores conseguiram identificar quais ouvintes tinham o "gene da gentileza" e quais não, revelou a pesquisa, cujos resultados foram publicados na edição de 14 de novembro do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.



— Nossas descobertas sugerem que até mesmo a variação genética mais sutil pode ter impacto tangível no comportamento das pessoas e que estas diferenças comportamentais são rapidamente notadas pelos demais — explicou o principal autor do estudo, Aleksandr Kogan, estudante de pós-doutorado da Universidade de Toronto.



Nove entre 10 pessoas, consideradas "menos confiáveis" pelos observadores neutros tinham a versão A do gene, enquanto 6 entre os 10 considerados os "mais pró-sociais" tinham o genótipo GG. Os participantes da pesquisa foram testados antecipadamente e identificados como detentores dos genótipos GG, AG ou AA para a sequência de DNA do gene receptor de ocitocina (OXTR). 



As pessoas com duas cópias do alelo G foram geralmente consideradas mais empáticas, confiáveis e amorosas. As dotadas dos genótipos AG ou AA tenderam a dizer que se sentiam menos confiantes de modo geral e menor sensibilidade parental. Pesquisas anteriores demonstraram que estes indivíduos também apresentavam um risco mais elevado de desenvolver autismo.



— Nosso estudo questionou se estas diferenças se manifestam em comportamentos rapidamente detectáveis por estranhos e demonstrou que são — explicou.



No entanto, nenhum traço genético pode prever totalmente o comportamento de uma pessoa e é necessário fazer mais pesquisas para descobrir como esta variação afeta a biologia comportamental.

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