01/06/2014





❝Nesta trepidante cultura nossa da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem informado.
É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar, botam numa jaula: um animal estranho.Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa: é pela distração.
Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso.Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:- Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas fases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes e tudo o que fala, muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.❞
Lya Luft

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