11/08/2013






A POTÊNCIA DAS PALAVRAS

Palavras têm força, poder e magia: podem acariciar ou ferir, apaziguar ou ofender, machucar ou curar, restaurar corações, asas e almas, ou empurrar o outro para o precipício.

As palavras podem ser usadas como armas, para o bem ou para o mal: se são amáveis e empregadas com cuidado, suavidade e sabedoria, podem encorajar, reanimar, fazer sorrir, reluzir, iluminar! Porém, quando são rudes ou ferinas, usadas com descuido, raiva e aspereza, podem magoar, ultrajar, causar lágrimas, destruição e dor.

Algumas pessoas usam as palavras de modo infantil e inconseqüente, sem refletir sobre o que as mesmas provocam... mas também existem sujeitos que, conhecendo sua potência, usam-nas de modo consciente, criativo e sensível, sabendo que podem provocar efeitos de bem ou mal-estar, semear alegria, luz, magia, encantamento, prazer... ou tristeza, lágrimas e sofrimento.

Palavras podem inspirar, despertar ou destruir um grande amor, uma pessoa, um sonho, uma vida, uma história. Podem produzir encanto e poesia - ou desencanto e melancolia. Podem traduzir e transmitir o mel ou o fel dos seres que as emitem, podem revelar seus mais íntimos desejos e segredos, refletir seus medos, indicar os anseios e esperanças de cada um. 

Palavras são sementes, são esboços, são registros que produzem e preservam a ternura, a beleza e a doçura - ou destilam raiva, veneno e amargura. Palavras são presentes, bênção ou maldição. Em algumas pessoas elas surgem com tonalidades mais constantes, coerentes e harmoniosas, criando algo como uma melodia, enquanto em outras podem se manifestar de maneira mais instável, apresentando colorações escorregadias, vacilantes, deslizando entre sentimentos de amor e ódio que, por vezes, causam danos nesta freqüente oscilação ou desafinação. 

A escolha do modo de usar esta grande e notável potência - seja com generosidade, delicadeza, amor e elegância, seja com agressividade, egoísmo ou arrogância - depende das singularidades, fantasias e também dos fantasmas e da maturidade de cada sujeito, sempre já indicados no teor, nas nuances e sutilezas do próprio discurso.

(Ana Luisa Kaminski)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelos comentários, beijos