24/09/2011





O tímido ou suicida é o mais puro ator da amargura que ninguém deseja presenciar, como também é um péssimo representante da esperança. Desejar realmente salvar uma vida é não condenar a incapacidade de alguém para as funções coletivas; tentando "garimpar" na pessoa algo de especial que a mesma desconhece. Esta deve ser a função prioritária da psicoterapia nos dois tipos citados. Obviamente tal tarefa não é nada fácil, pois tanto o tímido quanto o suicida tentam culpar eternamente seu meio por não lhes terem propiciado mais potência pessoal; a ousadia de se retirar do meio social denota total desprezo pelas pessoas, apesar de ambos se acharem excêntricos ou até corajosos por tal ato. A mensagem é que não irão aceitar mais nenhuma regra ou obrigação de compartilhar algo de sua pessoa; sendo que eles mesmos agora serão os senhores absolutos no tocante ao manejo do sofrimento, ou se devem ou não continuar existindo Falando mais uma vez da prevenção, esta deveria se ater ao ponto da perda do controle, fazendo com que determinado indivíduo caminhe para o inusitado, se afastando da sociedade. As duas moléstias são a afirmação absoluta da solidão extrema como remédio para as aflições pessoais; se vingando de um mundo totalmente insensível e difícil no trato pessoal. Não que tal concepção esteja incorreta, mas penso que todos devem estar fartos de denúncias que não acompanham ações de transformação. O suicida tem a plena certeza de que sua extinção será um ato revolucionário, quando na verdade é a mais terrível desistência perante tudo o que imaginamos. 

http://www.antoniopsico.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelos comentários, beijos