02/07/2011



Demandas paradoxais 
O amor passou a ser temido como a morte, sendo encoberto pelo desejo e a excitação de consumir, de ter tudo rapidamente e de poder descartar quando não houver mais prazer. Como se o desejo estivesse submetido à lei da compulsão, posto que não há tempo para o cultivo e a semeadura do desejo. Homens e mulheres mostramse ansiosos por um relacionamento em que não se sintam descartáveis, porém, apresentam temor com a possibilidade de estarem continuamente vinculados. O compromisso é visto como limitador da liberdade e provoca sentimentos tidos como intoleráveis. Como o casamento não é mais uma relação tida como "natural", pode ser rompida a qualquer momento.
A conclusão é que a referida pesquisa, que em um primeiro momento se mostra superficial, merece maiores aprofundamentos que possam se articular aos questionamentos aqui realizados.

Querer conviver com animais é importante, porém, o animal não pode ser substituto das relações humanas. Trocas afetivas amorosas são fundamentais para o crescimento pessoal e social e não podem ser substituídas de forma rígida e inflexível pelo convívio com o animal, correndo o risco de se transformar em defesa neurótica contra o medo do abandono. Amar é risco, se doar é risco, ouvir e ser ouvido é sempre bom.

Olhar as relações como aprendizado talvez seja uma boa forma de continuar investindo e fazendo a sua parte. "Que seja eterno enquanto dure"! Mas com qualidade e equilíbrio. Equilíbrio não só com relação à necessidade desmedida de buscar prazer, mas de buscar dar prazer ao outro. Que o mito de Narciso seja metáfora útil para que não definhemos ao beber a própria imagem, isolados e acompanhados apenas do bichano da vez. Olhe a si mesmo, mas olhe também àquele que está ao seu lado, com suas necessidades, defeitos e beleza.

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